quinta-feira, 29 de outubro de 2009

Lágrima de preta CP



Lágrima de preta


Após a leitura do poema: " Lágrima de preta", debatemos e analisámos na sala de aula o mesmo, chegando à conclusão, que a mensagem que o sujeito poético nos transmite é a tendência geral do ser humano para ter medo de tudo o que é diferente, fazendo a análise de maneira imprecisa e selectiva de uma pessoa só pelo aspecto distinto dela. Comparativamente à última estrofe do poema, dêmos as voltas que dermos, todos somos iguais.

Relativamente a vivências, vou relatar uma situação que vivi mas não intervi, porque tinha apenas seis anos de idade: andava eu na 1ª classe e tinha uma colega preta que quase todos os dias era agredida e humilhada pela nossa professora, enquanto o resto da turma assistia em silêncio e aterrorizados, vivíamos então no antigo regime e a minha colega era minoria na sala de aula. Esta experiência marcou-me pelo resto da vida pela positiva e pela negativa, em relação à primeira, fez com que eu olhasse para os outros de forma igual, em relação à última ainda hoje recordo aquela menina a chorar, sem perceber o porquê daquela violência gratuita.

quarta-feira, 21 de outubro de 2009

DANCER IN THE DARK CP






FICHA TÉCNICA



- Título: Dancer in the Dark


- Realizador: Lars von Trier


- País: França


- Género: Musical/ Drama


- Actores: Björk, Catherine Deneuve, David Morse, Peter stormare, Joel Grey, Cara Seymour, Vladica Kostic.


- Protagonista: Björk


- Duração: 130m


- Sinopse: Selma, uma emigrante Checa, mãe solteira, trabalha numa fábrica de moldes de metal na América rural na década de 60. A única alegria da sua vida é a paixão pela música. Selma tem um triste segredo: está a perder a visão e o seu filho terá a mesma sina se ela não conseguir poupar dinheiro suficiente para o operar.Quando um vizinho desesperado acusa falsamente Selma de lhe ter roubado as suas poupanças, o drama da sua vida resvala para um trágico final.


Comentários: "Von Trier é um manipulador de emoções. É, pois, compreensivel que se gerem ódios por parte de quem não gosta de ser emocionalmente seviciado. Na meia hora final de filme, quase podemos imaginar o realizador na mesa de montagem com um riso algo sádico, murmurando "sofram, sofram!" Mas mais se deve acescentar: Von Trier é um excelente manipulador de emoções. O resultado talvez se deva em pelo menos 80% a Björk, e à sua entrega total ao papel para o qual parece ter nascido. O excelente desempenho da cantora islandesa contribui para que se acentuem os papéis apagados de outros actores, em particular o de Catherine Deneuve".




Comentário pessoal:Björk dá vida a uma personagem que tem como paixão a música, caracterizada por ser frágil e com um grande segredo,toda essa fragilidade se deve ao facto de Selma ser mãe solteira, imigrante e com grandes dificuldades financeiras, precisamente por isso, este filme faz uma chamada de atenção aos estereótipos sociais, com o desenrolar da trama é notório o esquema que é montado em redor de Selma, pelo simples facto de ela ser imigrante, todo o julgamento é condicionado por ideias préconcebidas de pessoas como ela, Selma foi discriminada.

segunda-feira, 19 de outubro de 2009

As Migrações STC Tecnologia Tipo II



Mobilidades globais e locais

Antes da Revolução Industrial, as comunicações e os transportes eram lentos e pouco seguros. Os fluxos comerciais, as viagens e o conhecimento de outros lugares eram muito limitados. A evolução dos transportes e das comunicações tem sido tão rápida que quase podemos afirmar que o ser humano vence distâncias, dando-nos a a sensação de que a distância física diminuiu, "encolhendo" o Mundo
A modernização dos transportes modificou a noção de distância. Antigamente a distância física media-se em termos absolutos (distância em quilómetros), na actualidade mede-se em termos relativos (distância-relativa): distância-tempo e distância-custo).
A maior velocidade dos transportes permitiu diminuir a distância-tempo (corresponde ao tempo utilizado para percorrer uma determinada distância). A maior capacidade de carga dos transportes e a diminuição dos custos permitiram reduzir a distância-custo ( corresponde ao custo associado a uma determinada distância).
A acessibilidade (maior ou menor facilidade com que se atinge um local; depende do tipo de transporte, das condições da via, da intensidade do tráfego e dos custos associados) dos lugares pode ser medida utilizando os indicadores distância-tempo e distância-custo.



Papel dos Transportes no desenvolvimento económico e social das regiões.

As infra-estruturas de transportes como estradas, pontes, túneis, vias férreas, aeroportos, portos marítimos e fluviais têm contribuído para reduzir as distâncias, permitindo ultrapassar barreiras físicas como rios e montanhas, condicionando a acessibilidade das regiões e, por isso, o seu desenvolvimento económico e social.

Actualmente, os transportes:
São responsáveis pela crescente mobilidade das pessoas para os empregos, nas deslocações quotidianas, nas viagens de turismo, promovem o aproveitamento dos recursos endógenos (exploração dos recursos locais). etc.;
Facilitam o desenvolvimento do comércio e das actividades produtivas, ;
Permitem a difusão de ideias, de culturas e de técnicas;
Estruturam o espaço urbano (cidades que crescem, serviços, comércio, industriais e urbanas que se expandem, etc.);
Promovem a troca de produtos, bens, pessoas, informação (interacção espacial) entre as diversas regiões dentro do país e entre os diferentes povos do mundo;
Promovem as actividades económicas e sociais, permitindo a implantação da indústria, o alargamento dos mercados (intensificam as trocas comerciais) e o aumento da produção;
Geram uma multiplicidade de serviços e de comércio e actividades produtivas;
Criam emprego;
Facilitam a divisão internacional do trabalho;
Flexibilizam a localização das actividades económicas;
Permitem uma melhor e mais rápida distribuição de bens (produtos, equipamentos e matérias-primas) e serviços, traduzindo-se na subida do nível médio de vida da população;
Permitem a mobilidade da população (casa / trabalho, viagens de negócios, turismo...);
Facilitam o intercâmbio de técnicas e constituem um factor de aproximação de povos e culturas;
Quebram o isolamento das regiões desfavorecidas;
Atenuam as assimetrias socioeconómicas regionais;
Permitindo a especialização, o aumento de rendimento, de produtividade e dispersão das actividades económicas, permitem o desenvolvimento integral das diferentes regiões;
Um sistema de vias de comunicação desenvolvido e eficiente (grande acessibilidade) indica a grande mobilidade da comunidade à procura das suas necessidades, assegurando às populações e agentes económicos iguais oportunidades de aceder a níveis de serviços elevados e com características idênticas.

quarta-feira, 14 de outubro de 2009

AS MIGRAÇÔES STC- Sociedade Tipo I

FLUXOS MIGRATÓRIOS EM PORTUGAL NO SEC.XX


As migrações e os movimentos migratórios têm feito parte da história da Humanidade. Desde tempos imemoriais, o Homem sente necessidade de se deslocar, em busca de meios de subsistência, para fugir de ameaças físicas e ambientais. O próprio povoamento do planeta se deve a esta necessidade tão humana, que muda de forma tão definitiva e constante a essência das culturas, das raças e das línguas.

Até meados dos anos 60, Portugal era um país de emigrantes. Sobretudo de emigrantes transoceânicos. A falta de oportunidades e o clima de pobreza que reinava no auge do antigo regime levaram cerca de milhões de portugueses a atravessar o Atlântico em direcção ao Novo Mundo.


Os países de eleição para refazerem as suas vidas foram:
BRASIL (22% dos 2 milhões de emigrantes portugueses entre 1950 e 1984)
VENUZUELA (8%)
CANADÁ (9%)
EUA (13%)


A partir dos anos 60, estes fluxos começaram a centrar-se para as economias florescentes da Europa Ocidental, carentes de mão-de-obra não especializada e com condições laborais infinitamente superiores às oferecidas em Portugal.


Desta feita os países de eleição foram:
FRANÇA (31%)
ALEMANHA (9%) e SUÍÇA.

Começando a sentir a falta destes portugueses o Estado abriu as portas aos imigrantes das colónias portuguesas (sobretudo de Cabo Verde).
Com a desagregação tardia do Império ultramarino português, em 1975, cerca de meio milhão de portugueses que viviam sobretudo em Angola e Moçambique regressaram a Portugal para 11 anos depois, com a entrada de Portugal na então Comunidade Económica Europeia, se voltar a incentivar a saída de trabalhadores nacionais para um espaço europeu comum que continuava carenciado de mão - de obra. A integração de Portugal neste novo espaço tornou-o especialmente atractivo como destino de imigrantes oriundos do Brasil, dos PALOP e da Europa Central e Oriental.
A esmagadora maioria dos imigrantes africanos, em Portugal deixou os países de origem sem qualquer espécie de garantia no que se refere à sua integração no mercado de trabalho, vivendo durante anos a fio num limbo de exclusão permanente, concentrando-se em bairros pobres das periferias das grandes cidades.


Em plenos anos 90, a imigração volta a mudar de rosto. Com a dissolução da União Soviética e com o desagregar do modelo económico vigente na Europa de Leste, que cedeu definitivamente espaço ao modelo capitalista e liberal da Sociedade Ocidental, milhões de pessoas viram-se subitamente sem trabalho e sem qualquer espécie de assistência médica ou social. Esta transição também foi acompanhada por conflitos étnicos, guerras civis e movimentos repressivos que levaram ao acelerar destes fluxos migratórios dos europeus de Leste que se começaram a espalhar pelo Velho Continente à procura de uma vida melhor. Muitas vezes, este movimento foi impulsionado por redes de tráfico ilegal de pessoas, intimamente relacionado com o mercado do sexo, do trabalho clandestino e da imigração ilegal. A maioria destes novos imigrantes chegaram a Portugal com um elevado nível de habilitações literárias, mas as barreiras linguísticas e a falta de reconhecimento das suas competências académicas e profissionais fez com que a maioria tivesse tido pouco mais oportunidades que as que foram dadas aos imigrantes dos PALOP.