segunda-feira, 14 de dezembro de 2009

Empresas, Organizações e Modelos de Gestão- STC Ciências Tipo III


NOVOS CONCEITOS DE GESTÃO

O emprego tradicional, com carreiras que conduziam os trabalhadores da base ao topo das empresas, deu lugar a trabalhos, alguns efectuados a partir de casa, ou auto-empregos. Os trabalhadores por conta de outrem vivem dias difíceis. Com o aumento dramático da concorrência, em consequência da globalização e da liberalização dos mercados, todos os dias encerram empresas.
As firmas que sobrevivem são obrigadas a aderir aos novos conceitos de gestão como o "downsizing", a reengenharia ou o "outsourcing". Em teoria o "downsizing" consiste em reduzir os níveis hierárquicos das empresas com o objectivo de torná-las mais competitivas. Na prática, o "downsizing" é uma cura de emagrecimento empresarial que implica quase sempre uma drástica redução do número de trabalhadores como forma de reduzir os custos e aumentar a rentabilidade.
Por sua vez o "outsourcing" recomenda que se contratem outras firmas para realizarem algumas tarefas feitas por departamentos internos da empresa. A ideia é entregar algumas actividades de suporte a quem saiba fazer melhor. As tarefas entregues a terceiros podem ir do simples processamento de salários até à gestão da frota de mercadorias. Obviamente que as pessoas que anteriormente desempenhavam essas tarefas ficam sem nada para fazer e mais tarde ou mais cedo acabam desempregadas.
Finalmente a reengenharia é talvez o mais revolucionário e radical dos conceitos de gestão que fizeram escola entre os administradores de empresas. A receita consiste em repensar a empresa de alto a baixo com o objectivo de reduzir custos. O resultado final acaba por ser o mesmo das terapias anteriores: mais despedimentos. Naturalmente que os mais penalizados são os trabalhadores que são mandados embora. Em muitos casos a idade avançada e a falta de qualificações profissionais impede-os de arranjar uma nova ocupação.
Contudo, para os que ficam nada é como dantes. A situação que se vive no mercado de trabalho não é conjuntural, é estrutural. A evolução dos mercados e da tecnologia obriga as empresas a mudanças constantes, pelo que já não faz muito sentido estruturar uma vida em torno de uma organização temporária como são as empresas actuais.
A maior parte dos jovens portugueses só conheceram um emprego aos pais, para já não falar dos avós. Acompanharam as carreiras profissionais dos progenitores, vibraram com as suas promoções e alguns até sonharam em vir um dia a trabalhar na empresa do pai ou da mãe.
Os jovens que agora entram no mercado de trabalho verificam que tudo mudou. Nem as empresas sólidas garantem um emprego para a toda a vida. Os planos de carreira com promoções por antiguidade, que conduziam os indivíduos da base ao topo das hierarquias das empresas, tendem a acabar.
Na nova economia, em vez de empregos temos trabalhos: part-times, ocupações temporárias, auto-empregos, sendo que uma percentagem elevada das tarefas poderá ser executada a partir de casa no âmbito daquilo a que se convencionou chamar o tele-trabalho.
Fonte: http://www.freipedro.pt/tb/290499/soc17.htm

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