quinta-feira, 28 de janeiro de 2010

CP- Pluralismo e Democracia

Pluralismo é, num sentido amplo, o reconhecimento da diversidade. O conceito é usado, frequentemente de modos diversos, numa ampla gama de questões. Em política, é o reconhecimento de que vários partidos possuem igual direito ao exercício do poder político segundo procedimentos eleitorais claramente definidos. Desta forma, o pluralismo político é uma das mais importantes características da democracia moderna. Em política, pluralismo também pode significar "voto de qualidade", ou seja, indicar um sistema eleitoral onde um eleitor equivale a vários votos, dependendo dos títulos que possua (dono de terras, diploma universitário etc.). O "voto de qualidade" originou-se na Inglaterra, onde, em certos ambientes, vigorou até fins da década de 1940: egressos da Oxford University e da Universidade de Cambridge elegiam representantes para o Parlamento. Na Irlanda, isto ainda acontece entre formandos do Trinity College, que elegem membros da câmara alta do parlamento irlandês. Democracia é um regime de governo onde o poder de tomar importantes decisões políticas está com os cidadãos (povo), directa ou indirectamente, por meio de representantes eleitos — forma mais usual. Uma democracia pode existir num sistema presidencialista ou parlamentarista, republicano ou monárquico.
As Democracias podem ser divididas em diferentes tipos, baseado em um número de distinções. A distinção mais importante acontece entre democracia directa (algumas vezes chamada "democracia pura"), onde o povo expressa a sua vontade por voto directo em cada assunto particular, e a democracia representativa (algumas vezes chamada "democracia indirecta"), onde o povo expressa sua vontade através da eleição de representantes que tomam decisões em nome daqueles que os elegeram. Outros itens importantes na democracia incluem exactamente quem é "o Povo", isto é, quem terá direito ao voto; como proteger os direitos de minorias contra a "tirania da maioria" e qual sistema deve ser usado para a eleição de representantes ou outros executivos. Ditadura é o regime político em que o governante (ou grupo governante) não responde à lei, e/ou não tem legitimidade conferida pela escolha popular. Podem existir regimes ditatoriais de líder único (como os regimes provenientes do nazismo, do fascismo e socialismo) ou colectivos (como os vários regimes militares que ocorreram na América Latina durante o século XX). Não se deve confundir ditadura, o oposto de democracia, com totalitarismo, o oposto de liberalismo. Diz-se que um governo é democrático quando é exercido com o consentimento dos governados, e ditatorial, caso contrário. Diz-se que um governo é totalitário quando exerce influência sobre amplos aspectos da vida dos governados, e liberal caso contrário. Ocorre, porém, que frequentemente, regimes totalitários exibem características ditatoriais, e regimes ditatoriais, características totalitárias. O estabelecimento de uma ditadura moderna normalmente se dá via um estado difícil precisar o número de democracias na actualidade. A linha que divide regimes democráticos dos regimes autocráticos é ténue. Muitos países (p.ex. Singapura) têm supostamente eleições livres, onde o partido do governo vence sempre, normalmente acompanhado por alegações ou evidências de repressão a qualquer oposição ao governo. Nesses países parece haver as chamadas "democracias de um só partido" (se bem que os termos democracia e mono partidarismo não são antagónicos). No entanto, tentativas houveram de determinar o número de democracias. De acordo com a Casa da Liberdade, no fim do ano 2000 havia 120 democracias no mundo. Quase todos estados hoje apoiam a democracia em princípio, embora geralmente não na prática. Mesmo muitas ditaduras comunistas chamam a si mesmas democracias populares (p.ex. a "República Democrática do Vietname", "República Democrática Popular da Coreia"), embora de modo algum sejam democráticas do ponto de vista da maioria dos ocidentais. Uma das fraquezas apontadas à Democracia é o facto de não permitir que objectivos lançados por um governo a longo prazo, mesmo que sejam essenciais para o progresso/bem-estar dos cidadãos, não possam ser postos de lado pelo governo seguinte, adiando assim decisões importantes, ou seja, não permite que haja um rumo para a nação em causa.
Algumas ideologias opõem-se abertamente à democracia, por exemplo, o Fascismo.

quarta-feira, 13 de janeiro de 2010

STC- O Relógio Ciência Tipo III

Novos processos de Inovação/Processos de trabalho

Processos de trabalho e processos de inovação são principalmente conceitos de teor tecnológico e produtivo. Significa em primeira linha a aplicação de novas tecnologias no processo produtivo, ou seja, implica o emprego e a utilização dos progressos técnico-científicos e das inovações tecnológicos na produção e distribuição produtiva.

Esta aplicação pode-se dar a vários níveis:

Ø Aperfeiçoamento das qualidades inerentes ao produto - significa um acréscimo qualificativo a um bem já existente (ex. As televisões com alta definição);
Ø Criação de um novo produto de origem originando um novo mercado (ex. os computadores);
Ø Inovação da linha produtiva criando maior rapidez, maior produtividade e redução dos custos (ex. as linhas de montagem dos automóveis);
Ø Desenvolvimento da exploração dos recursos e factores produtivos levando a um aumento da disponibilidade e aceleração industrial (ex. Materiais sintéticos);
Ø Utilização de novos meios de transporte ou recurso a melhorias das linhas de comunicação;

Um significado próximo é também aquele que entende este conceito como a criação de novas formas de organização de trabalho:

Ø Organização horizontal do sistema produtivo que envolve a especialização das linhas de produção ou a segmentação das unidades industriais de acordo com os elementos do produto (ex. a construção do modelo Ford T);
Ø Organização vertical do sistema produtivo que compreende as várias formas de gestão e os novos processos de controlo e administração das empresas, descentralizando e/ou criando unidades independentes entre si (ex. Empresas de venda a grosso e retalho);
Ø Organização jurídica do processo produtivo, que apresenta um sentido mais vasto, englobando as condições de trabalho, legislação laboral, contratos de produção, distribuição e comercialização, leis da concorrência e proteccionismo ou liberalização das trocas comerciais (ex. o código de trabalho, os contratos de franchising, as politicas europeias…etc.).

As vantagens da aplicação de novos processos de trabalho e de inovação dependem fundamentalmente do fim da sua utilização. Estas finalidades podem apresentar uma natureza de interesse público ou interesse privado, todavia uma determinada inovação pode suscitar um lucro económico imediato mas a médio ou longo prazo suscitam um benefício para a sociedade em geral.




As vantagens podem ser classificadas da seguinte forma:




Ø Vantagens competitivas são os progressos nos processos produtivos que originam proveitos dentro de um mercado específico para o inovador e criador;
Ø Vantagens para o consumidor estão relacionadas com a diminuição dos custos de produção e consequentemente diminuição dos preços dos produtos;
Ø Vantagens sociais/humanas - estas tem um alcance mais genérico e provavelmente mais difícil de identificar mas surgem quando uma inovação vem originar uma melhoria nas condições de vida;
Ø Vantagens de conhecimento - são aquelas que suscitam incentivos à investigação científica e progresso tecnológico com o objectivo de melhorar as condições produtivas existentes;
Ø Vantagens económicas/financeiras - são aquelas que criam um aumento do nível de desenvolvimento de um país ou de uma região.

Quando um novo processo de trabalho ou inovação são criados a intenção é primariamente o desenvolvimento de um produto, mercado ou do sistema produtivo, mas tal não significa sempre que o resultado seja sempre um benefício ou a criação de utilidades. Esta avaliação final depende da intenção de quem cria/inova como de quem as aplica e ainda de quem é influenciado ou está dependente da sua utilização.

As desvantagens podem ser várias como por exemplo:

Ø Eliminação da concorrência se uma empresa diminui custos de produção ou cria uma vantagem competitiva pode provocar a ineficiência dos concorrentes e o seu afastamento do mercado;
Ø Desprotecção dos trabalhadores - tem a ver com o sentido do conceito com organização dos processos de trabalho que podem acarretar perda de direitos ou exploração, por exemplo, mais horas de trabalho, menos condições de saúde e segurança;
Ø Desemprego - uma inovação tecnológica pode tornar desnecessário o recurso a mão-de-obra humana, substituindo-a por máquinas.

Qual é o melhor caminho? Como se deve decidir se uma determinada inovação trouxer vantagens e desvantagens?
Claro que o progresso tecnológico não deve ser limitado, pelo contrário deve ser incentivado. O que deve ser feito é o controlo dos efeitos negativos de um novo processo de trabalho ou de uma inovação e isso pode ser realizado através da intervenção dos governos e das entidades de controlo e regulação ao nível das leis de protecção dos trabalhadores, dos consumidores e da concorrência leal.

Fonte: Trabalho realizado por mim para a área de CP “ Globalização, Associativismo e Novos Processos de Inovação “.

STC- O Relógio Tecnologia Tipo I

A Ampulheta: denominada pelos romanos de AMPULLA (Redoma), praticamente foi desenvolvida pelos povos do Oriente Médio.
Em um lugar aonde a água era escassa e a areia abundante, nada mais natural do que utilizá-la para a fabricação de um aparelho de medição das horas.
O seu princípio é bem simples e assemelha-se, em parte, com o princípio da Clepsidra, tendo como agente, ao invés de líquido, areia fina.
Basicamente, a Ampulheta constitui-se de duas ampolas cônicas de vidro, sobrepostas, em oposição uma da outra, com um orifício bem fino, ligando os seus vértices.
A parte superior, contém uma porção de areia que em função da lei da gravidade, escoa para baixo, paulatinamente, o seu conteúdo; quando todo o conteúdo da ampola superior passa para a de baixo, termina um ciclo, ou, um período de tempo.
Para continuar essa aferição, simplesmente vira-se ou inverte-se as ampolas, sendo a que estava em cima fica em baixo.
A Ampulheta restringia-se a determinar ciclos ou períodos de tempo, sem porém, marcar as horas o que, evidentemente, limitava a sua utilidade.




PELAS CHAMAS:As chamadas velas de cera, parafina ou sebo, além das funções místicas ou, simplesmente, para clarear os ambientes, serviam também, com adaptações, de marcadores do tempo.
Ao longo do corpo das vela, eram colocados marcadores, perfeitamente calibrados com a acção de queima, que determinavam o tempo decorrido, ou traços coloridos que iam sendo consumidos pela acção das chamas.
Evidentemente, esse processo só podia ser utilizado por castas abastadas, pois eram muito caros e, convenhamos, a sua precisão questionada, pois deveriam ser utilizadas em ambientes fechados, sem a correnteza de ar e outras intempéries que influenciavam na precisão.
Na Idade Média, utilizavam-se dessas velas especiais para marcar o período nocturno e pela prática, fixavam o consumo de três velas, num equivalente a uma noite, precisão evidentemente duvidosa.




Como já pudemos destacar, é fundamental para qualquer sistema de mensuração do tempo, com uma aceitável precisão, que o sincronismo de suas oscilações seja constantes.
Para o relógio eléctrico, também é fundamental esse conceito e, evidentemente, o seu mecanismo tem que estar adaptado para tal fim.
Na grande maioria dos países, optou-se pela produção e distribuição de corrente oscilante ou mais conhecida como alternada.
Na realidade, o que varia é a alternância dos ciclos, em uns, oscilando 50 vezes por minuto e em outros 60 vezes por minuto.
Todavia, seja qual for a frequência, o que vale para os relógios eléctricos é que a mesma fique perfeitamente invariável.
Como já devem ter deduzido, as alternâncias da corrente eléctrica, fazem às vezes dos pêndulos ou dos balancins.
O motor eléctrico ligado a rede, teoricamente, substitui a mola real; esse motor é de uma construção especial denominada de Síncrono. A característica principal desse motor é ter um eixo (rotor), sua parte móvel, girando ao redor do enrolamento, sincronizado na mesma frequência da corrente.
Em outras palavras, projectado para serem utilizado em países de freqüência de 60 Hertz, seu rotor deverá girar exactamente 60 vezes por segundo.
No eixo do motor síncrono, temos instalado o volante, com um parafuso denominado Sem Fim. Esse parafuso, tem a finalidade precípua de reduzir, no exemplo acima, as 60 rotações por segundo em um número compatível com a necessidade do mecanismo.
O ponteiro de segundos deverá dar uma volta em cada minuto, ou seja, uma volta para cada 3.600 voltas do eixo do motor (60 segundos X 60 Hertz).
Em síntese, girando o parafuso sem-fim 60 vezes por segundo, necessitará uma engrenagem com 60 dentes, a qual terá um giro de 1 vez por segundo. Por sua vez, a engrenagem de minutos girará 60 vezes mais lenta que a de segundos.
Daí para à frente é uma questão puramente mecânica, que fica no raciocínio dedutivo do internauta. Quanto a precisão, salientamos que esse tipo de relógio é totalmente dependente da capacidade geradora da usina, da rede, da própria instalação e fiação do local; enfim, por mais que se queira manter a invariabilidade através de eficientes estabilizadores, essa sempre se manifestará, por mais insignificante que seja.

STC- O Relógio Sociedade Tipo II

Dia Mundial do Trabalho
O Dia Mundial do Trabalho foi criado em 1889, por um Congresso Socialista realizado em Paris. A data foi escolhida em homenagem à greve geral, que aconteceu em 1º de maio de 1886, em Chicago, o principal centro industrial dos Estados Unidos naquela época.
Milhares de trabalhadores foram às ruas para protestar contra as condições de trabalho desumanas a que eram submetidos e exigir a redução da jornada de trabalho de 13 para 8 horas diárias. Naquele dia, manifestações, passeatas, piquetes e discursos movimentaram a cidade. Mas a repressão ao movimento foi dura: houve prisões, feridos e até mesmo mortos nos confrontos entre os operários e a polícia.
Em memória dos mártires de Chicago, das reivindicações operárias que nesta cidade se desenvolveram em 1886 e por tudo o que esse dia significou na luta dos trabalhadores pelos seus direitos, servindo de exemplo para o mundo todo, o dia 1º de maio foi instituído como o Dia Mundial do Trabalho.

Fonte: IBGE / Ministério do Trabalho


A evolução tecnológica está intimamente ligada ao progresso e desenvolvimento humano e são historicamente identificadas cinco vagas tecnológicas a que correspondem nichos de inovações, que por sua vez equivalem a fases de desenvolvimento humano.

1ª Vaga - Revolução industrial - surge no final do século XVIII em Inglaterra e importa a passagem de um modelo tradicional de produção predominantemente manual para um processo de maior utilização mecânica nos processos produtivos. Tem como principais expoentes a invenção da máquina a vapor (Watt em 1982) e a invenção do tear mecânico (Cartwright em 1785).

2ª Vaga - Tem como dominantes técnicas a metalurgia do ferro e a do ferro fundido bem como a difusão dos caminhos-de-ferro - trata-se da amplificação das consequências da primeira vaga e corresponde a uma aplicação mais vasta dos conhecimentos da indústria do carvão bem como a um aproximação dos factores produtivos pelo desenvolvimento de novas vias de comunicação e novas formas de transporte e comunicação. Tem como principais inovações a invenção da locomotiva (Stephenson em 1814), o telégrafo (morse em 1837), o cimento (Portland 1824) e o motor eléctrico (Faraday 1828).

3º Vaga – trata – se da última fase de maturação da revolução industrial, a era do aço e da electricidade, no final do século XIX e coincide com o aparecimento generalizado dos primeiros complexos industriais da burguesia industrial e com a generalização da industrialização como motor principal das economias mundiais, fomentando trocas internacionais e a exploração de mercados longínquos e o recurso a matérias-primas deslocalizadas. Foi uma era em que as áreas de conhecimento e desenvolvimento científico começam a assumir um papel fulcral no progresso humano. São vários os exemplos de invenções: telefone (Bell em 1876), telégrafo sem fios (Marconi em 1889), Automóvel (Ford em 1908 após protótipo de Bollée), aeroplano (Ader em 1890), lâmpada incandescente (Edison em 1879), conversor do ferro em aço
(Bessemer em 1855), alumínio (Saint-Claire Deville em 1879), motor de combustão interna (Lenoir em 1860) e muitos outros.

4ª Vaga - a Revolução da Ciência - a era da química e física, da era espacial, da industria bélica e do consumo de massas – corresponde a uma aceleração tecnológica sem precedentes na história da humanidade e ao desenvolvimento quase infinito das múltiplas e variadas formas de aplicação dos conhecimentos adquiridos, seja no conforto do lar, no escritório, na rua ou na guerra. Trata-se de um época de democratização da ciência, do acesso à educação, da liberdade de investigação científica bem como na utilização do progresso científico como arma. A ciência passa a ter uma natureza de interesse consumista em virtude da exploração comercial das vantagens tecnológicas. As invenções exemplificativas são demasiado extensas e de importância variada desde a simples pasta de dentes ou caneta de esfera à bomba atómica, passando pela corrida espacial, mas são de salientar as seguintes: a televisão (1936), a pilha atómica (Fermi em 1942), o míssil de reacção (em 1942), a calculadora electrónica (Aiken em 1944), o transístor (Shockley em 1947), o nylon (Carrothers em 1936), o satélite (Suptnik em 1957) entre muitos outros.

5ª Vaga - A revolução da comunicação - corresponde à era actual e tem como dominantes técnicas a electrónica e a informática, as telecomunicações, as biotecnologias e as industrias e produtos de materiais leves e de consumo supérfluo. Esta fase está de mão dada com a globalização e a aproximação em tempo real dos acontecimentos mundiais e caracteriza-se pela velocidade da circulação da informação assim como do seu acesso imediato e quase indiscriminado. As invenções e inovações são praticamente diárias e consistem em melhorias técnicas e/ou aperfeiçoamento mas são exemplos a invenção do computador (IBM em 1964), do micro processador (Intel em 1971) e do gravador áudio (Philips em 1970).

Da análise desta evolução tecnológica podem-se extrair as seguintes conclusões:
Ø As principais invenções correspondem aos principais países desenvolvidos;
Ø O desenvolvimento tecnológico está ligado a uma ideia de democracia e liberdade de acesso à educação;
Ø As vagas não ocorrem de forma simultânea e com a mesma intensidade em todo o mundo, o que provoca desequilíbrios.

Fonte: Trabalho realizado por mim para a área de CP “Globalização, Associativismo e Novos Processos de Inovação “

terça-feira, 12 de janeiro de 2010

STC- A Moeda Ciência Tipo III

União Económica e Monetária (UEM)



A União Económica e Monetária (UEM) designa um processo destinado a harmonizar as políticas económicas e monetárias dos Estados-Membros da União, com o objectivo de instaurar uma moeda única, o euro. A UEM foi objecto de uma das duas conferências intergovernamentais realizadas em Dezembro de 1991 em Maastricht.Nos termos do Tratado, a UEM será realizada em três fases:

•Fase 1 (de 1 de Julho de 1990 a 31 de Dezembro de 1993): Livre circulação de capitais entre os Estados-Membros, reforço da coordenação das políticas económicas e intensificação da cooperação entre os bancos centrais.

•Fase 2 (de 1 de Janeiro de 1994 a 31 de Dezembro de 1998): Convergência das políticas económicas e monetárias dos Estados-Membros (com vista a assegurar a estabilidade dos preços e finanças públicas sãs); criação do Instituto Monetário Europeu e, posteriormente, do Banco Central Europeu (BCE) em 1998.

•Fase 3 (que se iniciou em 1 de Janeiro de 1999): Fixação irrevogável das taxas de câmbio e introdução da moeda única nos mercados cambiais e nos pagamentos electrónicos, seguidas da introdução do euro fiduciário em 1 de Janeiro de 2002.

A terceira fase da UEM foi lançada em onze Estados-Membros e, dois anos mais tarde, a Grécia uniu-se a estes. Três Estados-Membros não adoptaram a moeda única: o Reino Unido e Dinamarca, que beneficiam de uma cláusula de isenção, dita "opt out", e a Suécia, que não reúne de momento todos os critérios no que se refere à independência do seu banco central.

Em 1 de Janeiro de 2002 o euro, em moedas e notas, foi introduzido nos Estados-Membros, substituindo progressivamente as antigas moedas nacionais. Em 28 de Fevereiro de 2002 terminou a fase transitória de dupla circulação das antigas moedas e do euro. O euro é agora a única moeda para mais de 300 milhões de europeus. São dois os desafios a superar para assegurar o êxito a longo prazo da UEM: uma situação orçamental sólida e uma coordenação mais estreita das políticas económicas dos Estados-Membros.


Critérios de convergência


Com a finalidade de assegurar a convergência duradoura, que constitui um elemento indispensável para a realização da União Económica e Monetária (UEM), o Tratado estabeleceu cinco critérios de convergência que cada Estado-Membro deve respeitar para poder participar na terceira fase da UEM. A análise da forma como esses critérios de convergência estão a ser respeitados é efectuada com base em relatórios da Comissão e do Banco Central Europeu (BCE). Esses critérios são os seguintes:

•A relação entre o défice orçamental e o produto interno bruto não deve exceder 3%.

•A relação entre a dívida pública e o produto interno bruto não deve exceder 60 %.

•Um elevado grau de estabilidade dos preços e uma taxa média de inflação (ao longo do ano que antecede a análise) que não pode exceder em mais de 1,5 pontos percentuais a verificada nos três estados-membros com melhores resultados em termos de estabilidade dos preços.

•A taxa de juro nominal média a longo prazo não deve exceder em mais de 2 pontos percentuais a verificada nos três estados-membros com melhores resultados em termos de estabilidade dos preços.

•As margens de flutuação normais previstas no mecanismo de taxas de câmbio do sistema monetário europeu devem ser respeitadas, sem tensões graves, durante, pelo menos, os últimos dois anos que anteriores à análise.Estes critérios de convergência têm por objectivo assegurar que o desenvolvimento económico da UEM seja equilibrado e evitar que provoque tensões graves entre os Estados-Membros. Neste contexto, convém salientar que os critérios relativos ao défice orçamental e à dívida pública devem continuar a ser respeitados após a entrada em vigor da terceira fase da UEM (1 de Janeiro de 1999), tendo sido adoptado, no Conselho Europeu de Amsterdão de Junho de 1997, um Pacto de Estabilidade de Crescimento relativo a essas matérias.

CLC- História do Escudo ao Euro

História do Escudo ao Euro



O escudo foi criado em 22 de Maio de 1911, cinco meses após a Proclamação da República, por decreto do Governo Provisório. O ministro das Finanças era, então, José Relvas. A nova moeda renovou o sistema monetário português, colocou a unidade monetária portuguesa ao nível das dos outros países e evitou as desvantagens práticas do real (moeda da monarquia), cujo valor era muito pequeno, o que obrigava ao emprego de grande número de algarismos para representar na escrita uma quantia. Assim, a taxa de conversão foi fixada em mil réis (reais). A nova moeda foi buscar o nome ao início da II Dinastia. O Rei D. Duarte, quando decidiu retomar a cunhagem em ouro, mandou bater os primeiros escudos, dado que era esta a figura que aparecia representada na moeda. Ao longo da história da monarquia, outros reis mandaram cunhar moedas de ouro com esta denominação. O escudo era, assim, uma moeda nobre por ser fabricada naquele metal precioso. Deverá ter sido esta uma das razões que levou os responsáveis do regime republicano a designarem a nova unidade monetária desta forma.Segundo o preâmbulo do decreto de 22/05/1911, encontravam-se, na altura, em circulação cerca de 34 400 contos de moedas de prata e 3 900 contos de moedas de cupro-níquel e de bronze. O mesmo diploma mandou substituir estes valores por 35 500 contos de moedas de prata de 1$00, $50, $20 e $10 e por 3 750 contos de bronze-níquel de $04, $02, $01 e $005, mas este plano nunca foi integralmente cumprido. As primeiras moedas só foram cunhadas em 1912 e até 1917 apenas foram emitidos cerca de 13 000 contos de novas moedas em prata.Quanto ao papel-moeda, encontravam-se em circulação, no momento da Proclamação da República, notas de 500, 1 000, 2 500, 5 000, 10 000, 20 000, 50 000 e 100 000 réis que o Banco de Portugal alterou, apondo-lhes sobre a coroa a sobrecarga República, tendo desta forma continuado em circulação até 1929. Contudo, a primeira nota emitida em escudos data de 1913 e resultou da alteração da chapa já gravada destinada à nota de 5 000 réis, que passou assim a apresentar o valor facial de 5 escudos/ouro chapa I. Nela figurava Alexandre Herculano. A primeira nota efectivamente concebida para escudos foi a de 20 escudos/ouro chapa I, com uma primeira emissão datada de 14 de Outubro de 1916. No centro desta nota aparecia Almeida Garrett e dos lados as figuras alegóricas da Justiça e da Glória.





Na década de 60 o império começou a ruir. O escudo coabitava nas colónias com moedas locais; aí a guerra estalava e ameaçava perdurar, como veio a suceder. Na economia portuguesa, a inflação, pela primeira vez na história da Ditadura, conheceu um crescimento desmesurado, com o poder de compra em queda e as convulsões sociais a ameaçarem crises políticas. Em 1971, na Europa comunitária, entretanto, começava a construir-se a moeda única europeia. Em Portugal, depois do 25 de Abril de 1974, acabou a chamada "zona do escudo", processo que se concluiria nas ex-colónias em 1977, com a implementação das novas moedas nacionais. Crises económicas e inflação permanente em níveis elevados assolaram o País desde a Revolução, principalmente entre 1977 e 1986, conhecendo-se depois, graças à adesão de Portugal à Comunidade Económica Europeia um período de crescimento económico. Novas moedas de 1, 5 e 10 escudos de latão-níquel e de 20, 25, 50, 100 e 200 em cuproníquel, para além de edições especiais. Alguns destes valores em moeda seriam extintos na década de 90. Em relação ao papel-moeda, mantiveram-se em circulação notas nos valores anteriores e iniciou-se a emissão de valores novos: 2 000 escudos (1991), 5 000 (1980) e 10 000 (1996). As últimas notas em escudos fabricadas pelo Banco de Portugal (1 000, 2 000, 5 000 e 10 000) entraram em circulação em Fevereiro e Outubro de 1996. Entretanto, desde Julho de 1990 que existia a União Económica e Monetária, que visava a coordenação das políticas monetárias europeias e a criação a médio prazo de uma moeda única na União Europeia (UE, nova designação da CEE desde 1992). Desde 1994 os estados-membros da UE adoptaram políticas de combate ao défice e de convergência económica. Em 1995, cria-se a designação de "euro" para a nova moeda única, em substituição do ECU. Entretanto, o escudo preparava-se para desaparecer: em 1999, valia menos 2 500 vezes do que quando foi criado. Portugal foi um dos países que conseguiu entrar no clube Euro dos países que adoptariam a nova moeda única, graças ao facto de ter conseguido cumprir os critérios de convergência para a nova divisa. O euro começou a fazer parte em 1 de Janeiro de 2002 nas carteiras dos portugueses, coabitando com o escudo até 28 de Fevereiro desse ano, quando a velha moeda republicana portuguesa, com 91 anos, desapareceu para sempre.

CP Biografia- Abertura Moral




MARIA LAMAS



Maria da Conceição Vassalo e Silva da Cunha Lamas



(1893-1983)



Escritora e interveniente política portuguesa. Mulher de personalidade admirável, oriunda de uma família burguesa de Torres Novas, ali estudou até aos dez anos. Aprendeu línguas o que lhe viria a ser útil mais tarde, quando teve de ganhar a vida com traduções. Traduziu mais tarde "Memórias de Adriano", de Marguerite Yourcenar, que conheceria em Paris. Casou nova e aos 25 anos já tinha duas filhas. Viveu em Luanda e quando o casamento naufragou divorciou-se e quis ser ela a assegurar a educação das filhas. Começa a escrever para os jornais Correio da Manhã e Época, mais tarde para O Século, A Capital e o Diário de Lisboa. Casou, em 1921, com Alfredo da Cunha Lamas, e foi mãe mais uma vez. Em 1928 passou a dirigir o suplemento Modas & Bordados do jornal O Século, dando-lhe uma feição diferente. Um jornal que dava prejuízo passou a dar lucro, tal a importância da sua colaboração. Era preciso chegar às mulheres trabalhadoras pouco esclarecidas quanto aos seus direitos. A sua colaboração no "Correio da Joaninha" passou a ser um diálogo educativo com as leitoras. Ligou-se ao MUD (Movimento de Unidade Democrática) e depois ao Conselho Nacional das Mulheres Portuguesas, onde desenvolveu intensa actividade política e cultural. Presa, pela primeira vez, por motivos políticos, em 1949 sofreu imenso na prisão, porque a PIDE a colocou numa prisão incomunicável durante quatro meses. Esteve muito doente. Depois de várias prisões viu-se forçada ao exílio. A sua actividade como escritora é intensa e diversificada. Escreveu contos infantis, estudos na área da mitologia, porém o seu livro mais importante, fruto de dois anos de viagens por todo o país é «As Mulheres do Meu País», uma obra de referência, onde colaboraram com ilustrações os mais famosos intelectuais do tempo, editado em 1950. Seguem-se «A Mulher no Mundo», 1952 e «O Mundo dos Deuses e dos Heróis», 1961.Esteve exilada por diversas vezes, entre 1953 e 1962. Passados sete anos regressou do exílio. Tinha 76 anos e ainda a mesma esperança de melhores dias para Portugal. Viveu o 25 de Abril de 1974 com enorme alegria. Foram-lhe atribuídas duas das mais honrosas condecorações portuguesas, a de Oficial da Ordem de Santiago da Espada e a da Ordem da Liberdade. Faleceu com 90 anos, em Dezembro de 1983. A cidade de Torres Novas relembra-a numa pequena intervenção escultórica. A jornalista Maria Antónia Fiadeiro dedicou-lhe um estudo monográfico.