sexta-feira, 8 de janeiro de 2010

CLC1- MicroCrédito

Os principais aspectos que caracterizam o MicroCrédito.




O que é?
O microcrédito, tal como é entendido na Europa, define-se segundo as seguintes características:
- dirige-se aos mais desprotegidos, ou seja, os social e economicamente excluídos;
- destina-se exclusivamente àqueles que queiram criar o seu próprio emprego ou pequeno negócio;
- trata-se de pequenos montantes que variam entre 500 € e 10 000 € (no caso da ANDC o leque situa-se entre os 1 000 e os 5 000 euros).
Uma outra característica é o desenvolvimento, por parte das instituições que trabalham na área do microcrédito, de práticas inovadoras entre as quais se incluem o acompanhamento do micro empresário e a relação de confiança entre alguém que está disposto a mudar a sua vida e um outro que acredita nas capacidades e saberes- fazer desse alguém que está disposto a assumir o risco inerente a um negócio por mais pequeno que ele seja.




Crédito para quem?
Uma parte importante dos desempregados e dos desocupados (principalmente mulheres) não encontram resposta no mercado de trabalho. Porque não possuem as qualificações desejadas pelos empregadores, por questões de idade, ou porque vivem em regiões de baixo dinamismo económico.
Contudo, algumas destas pessoas possuem saberes-fazeres ou capacidades produtivas que lhes permitiriam criar o seu próprio posto de trabalho ou uma micro-empresa. E têm ideia do negócio a que gostariam de se dedicar. Outras já iniciaram alguma actividade informal de que retiram conhecimentos e alguns proveitos.
Ao contrário do que se pensa, a experiência em outros países tem demonstrado que os micro-serviços e as pequenas produções criadas por pessoas que o mercado de trabalho não absorve podem ter sucesso e gerar excedentes que permitam pagar os empréstimos contraídos.
Os próprios bancos começam a aceitar que tal seja possível. Tudo depende das capacidades da pessoa em causa, do bom desenho do negócio e do acompanhamento durante os primeiros tempos.
Cada vez mais, em todo o mundo, o microcrédito é visto como uma ferramenta de desenvolvimento altamente reprodutiva.
O objectivo traçado pela Cimeira do Microcrédito de 1997 é o conseguir que até ao ano de 2005, 100 milhões de famílias pobres tenham acesso a microcéditos.




Crédito porquê?
Porque este tipo de pessoas honra os seus compromissos.
a nossa experiência demonstra que, mesmo quando enfrentam sérias dificuldades, as pessoas que mudaram de vida por causa de ter recebido um microcrédito fazem tudo para corresponder à confiança que depositámos nelas.
Porque o crédito dignifica as pessoas.
não se trata de fomentar a dependência de subsídios, mas de emprestar fundos a pessoas que terão de os reembolsar.
Porque o crédito introduz as pessoas no sistema económico e permite a sua inclusão na sociedade.
prepara-as para desenvolverem a sua actividade de forma autónoma.
Porque o crédito não exige a formalização imediata da actividade.
os pequenos negócios precisam de algum tempo para passar da economia informal à actividade formal.
Porque o crédito é rotativo e reprodutivo.
ao longo do tempo consegue-se apoiar, em comparação com os subsídios a fundo perdido, mais pessoas com menos fundos.
Porque o crédito resulta das poupanças dos cidadãos e das empresas.
habitualmente não nos perguntamos em que aplicam os bancos as poupanças que lhes entregamos. Mas, do ponto de vista ético, o microcrédito é, seguramente, uma aplicação da nossa poupança bem mais interessante do que outros tipos de financiamentos.
Em todo o mundo, cerca de 12 mil instituições concedem micro-empréstimos a perto de 50 milhões de pessoas, totalizando créditos totais superiores a 5,5 mil milhões de Euros.
Na União Europeia, uma em cada duas empresas é uma empresa a título individual.




Dar crédito a quem não o tem?
Ao contrário do que se pensa, a experiência em outros países tem demonstrado que os micro-serviços e as pequenas produções criadas por pessoas que o mercado de trabalho não absorve podem ter sucesso e gerar excedentes que permitam pagar os empréstimos contraídos.
Os próprios bancos começam a aceitar que tal seja possível. Tudo depende das capacidades da pessoa em causa, do bom desenho do negócio e do acompanhamento durante os primeiros tempos.
Para aumentar as hipóteses de sucesso deste tipo de iniciativas económicas, sem tornar incomportável o custo do crédito, é preciso:
Conhecer bem as pessoas – é por isso que a Associação só aceita facilitar o acesso ao crédito de pessoas referenciadas localmente ou que inspirem confiança aos nossos agentes.
Autonomizar os custos no apoio à melhoria de cada plano de negócios – tarefa que a Associação realiza com os candidatos a micro-empresário e em parceria com as instituições locais.
Reduzir os riscos do crédito concedido – objectivo que obriga à escolha criteriosa das pessoas e dos projectos a financiar; à procura de fiadores locais; e à manutenção de um “fundo de garantia” que possa intervir em caso de dificuldade de pagamento.
Acompanhar a evolução do negócio e os pagamentos do empréstimo – trabalho a ser feito pelos agentes e animadores locais contratados pela Associação Nacional de Direito ao Crédito.




Crédito para quê?
Para desenvolver uma actividade económica, criar o seu próprio posto de trabalho ou a sua micro-empresa.
com base num plano de actividade, de serviço ou de negócio.
Para não ficar à espera dos apoios públicos.
Muitas das ideias, condições e circunstâncias que permitem a viabilidade de pequenos negócios não podem esperar por subsídios meses a fio para arrancarem.
Para as pessoas permanecerem livres de aplicar os fundos no que realmente precisam.
A maioria dos apoios públicos "consigna" os subsídios às "despesas elegíveis" que cada programa aceita. Ao contrário, o crédito não é concedido a parcelas específicas de cada projecto, nem é entregue só após a apresentação das facturas comprovativas do investimento.


Fonte: Associação Nacional de Direito ao Crédito

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